Obras de arte apreciadas de corpo e alma podem gerar identidade e trazer um conhecimento que vai além do repertório

A arte está em debate. Sobre isso não há dúvidas. Muito se questiona sobre o que é ou não arte, o que deve ou não ser exposto… mas pouco se discute sobre o verdadeiro papel de uma obra de arte. Esta tem o poder de tocar a alma de quem a observa, quando analisada de mente aberta, sem preconceitos estabelecidos.
Arte só é arte porque faz pensar. Faz identificar. Gera sentido. Quantas pessoas já não se viram questionando suas próprias vidas depois de analisarem uma simples obra de arte? Quantas pessoas não se veem refletidas em uma pintura, como se estivessem encarando o seu próprio retrato? Essa é a real beleza de uma obra de arte. Contudo, torna-se complicado observar e deixar tais sentimentos fluírem com uma rotina corrida e cheia de afazeres.
Foi pensando nisso que surgiu o Slow Art Day, uma iniciativa que traz consigo uma solução para o dilema entre o cotidiano atarefado e o prazer da arte. Criada em 2009, ela consiste em passar mais tempo que o esperado observando uma obra de arte.
Não existe uma quantidade exata de minutos, pois isso difere para cada pessoa e obra. Porém, para James Pawelski, professor e diretor de educação em um centro de psicologia na Universidade da Pensilvânia, 20 minutos é o ideal. É este tempo que ele pede aos seus alunos para observarem uma pintura de sua escolha. Segundo Pawelski, a nova geração raramente se concentra em algo por muito tempo. Portanto, 20 minutos atualmente equivalem a três horas de tempos antigos. O professor afirma que somente prestando atenção em uma obra por tanto tempo é possível observar o seu real propósito.
Outro projeto bastante interessante para poder apreciar obras com mais calma e conhecimento é o aplicativo gratuito Smartify, que permite escaneios de obras de arte para que o usuário possa ler mais sobre elas, tendo informações sobre sua história e contexto. Além disso, também é possível salvar os favoritos em uma coleção personalizada, que pode ser compartilhada com outros usuários.
Usado em mais de 30 museus e galerias pelo mundo, o app ainda não possui parcerias no Brasil. A equipe responsável é aliada à Fundação Wikimedia, que sustenta a Wikipédia. Sendo assim, as imagens reunidas na enciclopédia virtual contribuem para aperfeiçoar a velocidade e praticidade do serviço oferecido pelo aplicativo. Dessa forma, o reconhecimento de imagens é realizado de maneira mais eficiente.
Ideias como o Slow Art Day e o Smartify são duas formas criativas de aprender mais sobre a arte. Contudo, cada pessoa pode e deve utilizar seus próprios métodos para absorver o que o mundo da arte tem de melhor. O importante é se permitir sentir. Permitir se reconhecer e se re(encontrar).
“Arte e amor são a mesma coisa: o processo de enxergar a si mesmo em coisas que não são você.” (Chuck Klosterman)